terça-feira, 2 de abril de 2019

Moradores de São Roque cobram conclusão de duas obras de unidades de saúde


Por Thiago Ariosi, TV TEM


Iniciadas em 2014, as construções estão abandonadas, com mato alto e sendo invadidas por moradores de rua.

Moradores de São Roque (SP) cobram a conclusão das obras de duas Unidades Básicas de Saúde que começaram a ser construídas em 2014. As construções estão abandonadas, com mato alto e sendo invadidas por moradores de rua.

No bairro Taboão, uma placa estampa o local onde vai funcionar um posto de saúde para atender aos moradores de pelo menos três bairros da região.

O prédio começou a ser erguido no fim de 2014 e ficaria pronto um ano e dois meses depois. Já tem quase cinco anos que o último tijolo foi colocado no local. De lá para cá, a obra não andou absolutamente nada.

Abandonada, virou casa de quem não tinha um lugar para viver e, sem previsão de quando será retomada, os moradores não aguentam mais olhar tanto dinheiro investido para nada.

"É ruim, porque é dinheiro nosso, dinheiro meu, dos meus filhos, do povo inteiro de São Roque", reclama a confeiteira Antônia Peta.

A Unidade Básica de Saúde custou R$ 1.041.540,16. A dona de casa Roseli Aparecida de Barros mora perto da obra e fica inconformada toda vez que passa pelo local.

Ela sempre dá uma espiada para saber se mudou alguma coisa na obra e sempre vai embora com a mesma certeza: a de que nunca vai ver a unidade funcionando. Hoje para passar pelo médico é preciso um esforço muito grande.

"Eu tenho que ir no Centro da cidade, dá mais ou menos uns cinco quilômetros, marcar, ver se tem vaga, esperar a vontade da vaga para daí passar. Passou no médico tem que ir para um outro lugar para pegar remédio, porque no posto não tem, aí vai em outro lugar pegar", conta a dona de casa Roseli Aparecida de Barros.

A obra do bairro Taboão não é a única que está abandonada em São Roque. A oito quilômetros, no bairro Guaçu, tem uma outra construção que está na mesma situação e também é uma Unidade Básica de Saúde. A obra começou em 2014 e deveria ter ficado pronta em 2016.

A construção está mais adiantada que a outra, mas, ainda assim, longe de ficar pronta. O investimento foi um pouco mais alto, de R$ 1,2 milhão.

Dinheiro que poderia resolver de vez um problema antigo dos moradores da região: a falta de médicos perto de casa. Hoje não tem nenhum postinho de saúde por lá.

"Nós queríamos que esse posto estivesse funcionando, mas parou tudo, então tem que ver funcionando isso aí. A gente mora no bairro aqui, ajudaria muito", comenta o aposentado Abel da Silva.

A placa com as informações da obra está pela metade, pois o vento derrubou a outra parte. Lá dentro, muita sujeira no terreno e só de vez em quando, segundo os moradores, aparece alguém para fazer uma limpeza.

Pior que olhar pra o prédio abandonado é não saber quando a obra vai e se vai ser retomada para enfim a Unidade Básica de Saúde começar a funcionar.

"A gente fica indignado com essas coisas que acontecem aqui na cidade, porque é uma coisa que podia estar funcionando, tendo pronto-socorro para o bairro", explica o analista fiscal Clailton Aparecido de Campos.

Em nota, a Prefeitura de São Roque disse que as duas UBSs tinham previsão de estarem prontas em 2016 e que a gestão passada do ex-prefeito Daniel de Oliveira recebeu os recursos, mas esgotou tudo sem terminar os dois prédios e rescindiu o contrato com as duas empreiteiras responsáveis por essas construções.

Ainda segundo a administração municipal, a atual gestão tentou negociar com as empreiteiras para retomar as obras, mas tanto tempo parado provocou problemas estruturais e retomar a obra seria praticamente recomeçar do zero. Por isso, está fazendo um estudo do impacto financeiro que teria retomar as obras.

O ex-prefeito Daniel de Oliveira negou as acusações da atual administração. Ele disse que deixou dinheiro do Governo Federal para concluir as obras e que encerrou os contratos porque as empresas vencedoras da licitação não teriam capacidade técnica e econômica para finalizar as obras.

Enquanto isso, os moradores dos dois bairros estão sendo atendidos pelo Centro de Saúde 2 e pela unidade central de saúde.

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