Hoje, metade da população mundial (mais de 3 bilhões de pessoas) enfrenta problemas de abastecimento de água. Muitas fontes de água doce estão poluídas ou, simplesmente, secaram. Você sabia que 97% da água existente no planeta Terra é salgada (mares e oceanos), 2% formam geleiras inacessíveis e, apenas, 1% é água doce, armazenada em lençóis subterrâneos, rios e lagos?
Pois, bem, temos apenas 1% de água, distribuída desigualmente pela Terra para atender a mais de 6 bilhões de pessoas (população mundial). Esse pouquinho de água que nos resta está ameaçado. Isso porque, somente agora estamos nos dando conta dos riscos que representam os esgotos, o lixo, os resíduos de agrotóxicos e industriais.
Cada um de nós tem uma parcela de responsabilidade nesse conjunto de coisas. Mas, como não podemos resolver tudo de uma só vez, que tal começarmos a dar a nossa contribuição no dia-a-dia? Você sabe quantos litros de água uma pessoa consome, em média, por dia? Não? São cerca de 250 litros (isto mesmo, 250 litros ou mais): banho, cuidados de higiene, comida, lavagem de louça e roupas, limpeza da casa, plantas e, claro, a água que se bebe.
Dá para viver sem água? Não dá. Então, a saída é fazer um uso racional deste recurso precioso. A água deve ser usada com responsabilidade e parcimônia. Para nós, consumidores, também significa mais dinheiro no bolso. A conta de água no final do mês será menor. O mais importante, no entanto, é termos a consciência de que estamos contribuindo, efetivamente, para reduzir os riscos de matarmos a nossa fonte de vida: a água.
Água: Origem, Uso e Preservação
O ciclo das águas – As teorias dos antigos
Os antigos já desconfiavam da existência de grandes reservatórios de água, no interior da terra suspeitavam que esses reservatórios eram interminável e escorriam, através dos rios, em direção aos oceanos. Os reservatórios maiores formariam grandes rios; os menores dariam origem a rios pequenos, regatos, córregos.
Aristóteles, que foi um grande sábio e pesquisador e vivera três séculos antes de Cristo, já criticava essas teorias, apresentando razões irrefutáveis. Ele pode concluir, então que não poderia haver depósitos com volumes suficiente para alimentá-lo indefinidamente.
Assim disse que “as regiões montanhosas e elevadas, semelhantes a uma esponja de poros reduzidos [...] filtram a água e a destilam, gota a gota, em uma infinidade de pontos. Pois recebem uma grande quantidade de chuva que cai e lãs esfriam o vapor que se eleva e o condensa de novo em água”.
Além disso, Aristóteles possuía uma noção muito clara sobre a umidade do ar, a formação de gotículas e, finalmente, de gotas de água que, sendo pesadas, caem à superfície na forma de chuva.
Finalmente Aristóteles parecia saber que essa umidade atmosférica que origina as chuvas provém, em grande parte, dos oceanos, ao afirmar: “Se a palavra oceano que os antigos empregavam é ambígua, ela pode designar esse rio de umidade que circula ao redor da Terra. A umidade se eleva, sem cessar, pelo poder do calor e desce novamente para a Terra sob influencia do resfriamento”.
Após três séculos o poeta e filósofo romano Lucrecio, autor do poema intitulado ‘Sobre a natureza’, expõe uma outra teoria muito menos fundamentada: a de que as águas salgadas do mar, infiltrando-se pela terra, perdem seu sal, originando os rios que retornam ao mar. Teoria essa infundada.
Pode-se constatar então que Aristóteles proporcionou, portanto, um grande avanço ao demonstrar que a água desenvolve um ciclo, isto é, que é “a mesma água” que correndo pelos rios, chega ao mar, de onde é evaporada, para se precipitar novamente sobre os continentes, na forma de chuvas e neves, infiltrando-se no solo e alimentando novamente os rios.
É foi no século XVII, na França Edme Mariotte (1620-1684) e Claude Perrault (1613-1688), realizando medidas mais acuradas das precipitações pluviométricas e das vazões do Rio Sena, demonstraram que o volume das águas de chuva que caia sobre a bacia fluvial era comparável ao que escoava pelo rio durante o ano.
O conceito moderno, hoje se sabe que o ciclo da água esta ligado ao ciclo energético terrestre, isto é, a distribuição de energia proveniente do sol. Sendo em última analise, a responsável pelo transporte da água do mar, assim como a do solo e da vegetação, para as grandes altitudes atmosféricas, constituindo assim nuvens, de onde se derramam, na forma de chuva e de neve, sobre os continentes. Apesar da enorme distância que nos separa do sol, a quantidade de energia, calor, luz e outro tipo de radiação que atinge a Terra é cerca de 15 milhões de vezes maior do que a gerada, por exemplo, na usina de Itaipu, no Rio Paraná, uma das maiores instalações geradora de energia do mundo.
A energia calorífica do sol, aplicada à superfície das águas – dos oceanos, dos lagos, ou ao próprio solo úmido, produz a sua evaporação, ou seja, o enriquecimento do ar em vapor.
A física nos ensina que a energia não é perdida (primeira lei termodinâmica). Assim, a energia que do sol que proporcionou a evaporação e a subida da água para a atmosfera fica acumulada nessa água.
Do total de chuva que caem na superfície apenas 30%, escoa diretamente para os rios. A maior parte, porém, infiltra-se no solo, preenchendo os espaços vazios existentes entre os grãos de argila, de areia ou de rochas mais consolidadas, formam depósitos de água subterrânea.
Parte da água infiltrada vai localizar-se a pequena profundidade, encharcando as areias ou argilas da superfície, constituindo o chamado lençol freático. É a água que conseguimos captar em poços relativamente rasos, com poucos metros de profundidade. Outra parte consegue, entretanto, penetrar lentamente a profundidades muito maiores, centenas ou até milhares de metros, atravessando rochas muito duras e juntando-se a areias ou argilas situadas abaixo delas.
As enchentes e inundações: As enchentes e inundações ocorrem com maior frequência em regiões desérticas. Onde a ausência de vegetação reduz a absorção das águas pelo solo e facilita seu escoamento superficial, levando ao enchimento rápido dos rios.
Os problemas de inundação decorrem, em primeiro lugar, do fato de o homem fixar suas cidades e suas atividades no interior dos vales, próximos aos grandes rios.
Vilões do desperdício:
- Os chuveiros são responsáveis por 46% do consumo geral de água em uma residência. Em um banho de 15 minutos, uma ducha de alta pressão pode liberar, em média, 135 litros de água;
- As torneiras da cozinha e os lavatórios, juntos, representam 27% do consumo de água;
- Os vasos sanitários consomem 14% do total;
- As máquinas de lavar e outros aparelhos gastam 8%;
- Lavar o carro por 30 minutos, utilizando uma mangueira, pode consumir até 560 litros de água.
Mapa da crise:
* A demanda mundial por água dobrou nos últimos 20 anos.
* A disponibilidade de água por habitante no planeta foi reduzida em
60% nos últimos 50 anos.
* Enquanto isso, a escassez crônica de água já atinge 250 milhões de pessoas, em 25 países.
* Em 70 regiões do planeta já existem conflitos pelo controle da água potável. * Seriam necessários US$400 bilhões para oferecer água potável a toda a população do planeta.